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  • Alexandre Agassi

Han Solo: Uma História Star Wars - Crítica - Um filme para família e para fã


Han Solo: Uma História Star Wars é um filme para família, porém também se trata de um tributo aos fãs. (Imagem: Disney/Lucas Films/Divulgação)

Essa crítica NÃO contém spoilers

Depois do tão polêmico episódio VIII, muito se questionou acerca das atitudes tomadas pela Lucasfilm até então e o futuro de Star Wars no cinema. A chegada do mês de maio significou receios e muitas dúvidas para os fãs em decorrência da antologia do anti-herói Han Solo.

Embora muitos reclamaram desde antes de iniciar o filme e continuaram depois, Han Solo: Uma História Star Wars não é uma catástrofe como alguns portais estão pregando. Trata-se de um filme para a família, feito para todos os públicos, desde aqueles que nunca viram nada de Star Wars, até os fãs mais assíduos da franquia, aquele acompanha as séries animadas, os livros, os jogos de vídeo game e também as histórias em quadrinhos.

A escolha de Ron Howard na direção foi um pouco duvidosa. Após a substituição de Chris Miller e Phil Lord, Howard se responsabilizou por regravar grande parte do filme. Foi então que as dúvidas aumentaram. Boatos irrompiam dos blogs mais sujos da internet a fim de disseminar o ódio com notícias sensacionalistas a respeito de um trabalho mal feito pelo ator Alden Ehrenreich, que interpreta Han Solo no filme. O que parece não ter passado na mente de ninguém é que as escolhas de direção, elenco e roteiro não foi realizada de forma relapsa.

Ron Howard é amigo de longa data do próprio criador George Lucas, e também da Lucasfilm. Em vários momentos, Howard quase dirigiu algum filme de Star Wars. Além de ser diretor vencedor de Oscar, como fez em Uma Mente Brilhante. O roteirista Lawrence Kasdan escreveu as histórias de Império Contra-Ataca, Retorno de Jedi e Despertar da Força. Enquanto que Alden Ehrenreich já teve papéis importantes em filmes de Francis Ford Coppola (Virgínia), Woody Allen (Blue Jasmine) e dos irmãos Coen (Ave, César!). Donald Glover é altamente reconhecido pela sua aclamada série Atlanta, Emilia Clarke já é famosa por Game of Thrones e Woody Harrelson dispensa apresentações.

Talvez o maior problema do filme seja a sua previsibilidade. Pela simples razão de que já vimos à trilogia clássica de Star Wars. Por isso, sabemos a resolução da grande maioria das cenas, que carregam uma carga dramática muito grande, porém não atingem o espectador.

Por outro lado, os atores estão excelentes e são o ponto alto do filme. Alden Ehrenreich entrega com maestria um Han Solo fidedigno ao de Harrison Ford, com certos traços, no entanto, de um pouco de ingenuidade em alguns momentos. Não por acaso, já que em se tratando de uma história de origem, é preciso vê-lo amadurecendo e aprendendo. O Lando Calrissian de Donald Glover é claramente o personagem de Billy Dee Williams, que mostra as diversas facetas de Lando, desde a sua covardia até a sua ambição e seu estilo trapaceiro. Woody Harrelson encarna o papel que parece interpretar sempre, mas é muito bom também. Emilia Clarke faz uma personagem um pouco polêmica. Q’ira forma um par romântico com Han. Contudo, é um romance que não convence, e pior, que incomoda por não ser a Leia. E Paul Bettany tem uma relevância grande para a trama, mas não representa toda aquela ameaça mostrada na primeira vez que aparece na tela.

Alden Ehrenreich (Han Solo) e Donald Glover (Lando Calrissian) obtiveram papéis de destaque como era esperado. (Imagem: Disney/Lucas Films/Divulgação)

Da parte técnica, destaca-se a fotografia, que lembra antigos filmes de faroeste. Prevalecem planos que mostram o coldre dos saqueadores, como Han e Lando. Assim fazendo também rimas visuais com a trilogia clássica. Todavia, a trilha sonora de John Powell deixa a desejar, por não ser nem pouco criativa. Ela modula variações da trilha de John Williams, quando poderia se inspirar em algo mais original.

Han Solo: Uma História Star Wars é o tipo de filme que fica na sua zona de conforto. Para isso, a Lucasfilm buscou diretores e roteiristas próximos da empresa e atores altamente reconhecidos em Hollywood hoje. Mas ao mesmo tempo foi ousada em algumas decisões cruciais de dentro da trama. Soa como a empresa procurando uma terra firme para pisar e tentar não ser massacrada nem pela crítica, nem pelos fãs. Ao final, deixa a entender que o terá uma continuação e certamente seria uma ofensa não fazer uma trilogia de uma história magnífica e que merece ser muito mais explorada.

Nota: 4/5

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