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Crítica | Little Nightmares III encanta pela arte e emoção, mas deixa a desejar na curta duração

  • Foto do escritor: Lucas Venancio
    Lucas Venancio
  • há 12 horas
  • 4 min de leitura
Recebemos o código de acesso de Little Nightmares III diretamente da Bandai Namco e da Theogames para produzir esta crítica e deixamos aqui nosso agradecimento pelo suporte de sempre. O game foi jogado no PlayStation 5, em modo desempenho, buscando fluidez máxima para encarar cada ambiente, criaturas e quebra-cabeça dessa nova e sombria aventura.

Gameplay de Little Nightmares III capturada pela Be Geeks
Reprodução: Be Geeks

Um novo pesadelo começa

Little Nightmares III é desenvolvido pela Supermassive Games (mesmo estúdio de Until Dawn, The Quarry) e publicado pela Bandai Namco Entertainment e lançado para todas as plataformas atuais do mercado e inclusive da geração anterior: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC, Nintendo Switch 2, PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch.


O jogo apresenta Low e Alone, duas crianças presas em um mundo distorcido, cruel e imprevisível, onde tudo parece vivo e disposto a devorar o pouco de esperança que resta. O objetivo é escapar de um pesadelo em constante mutação, resolvendo enigmas e sobrevivendo a monstros grotescos. Low é um garoto com uma capa azul e mascará de corvo ao lado de sua amiga Alone, uma garota com tranças vermelhas e macacão verde. O jogador poderá escolher entre os dois se iniciado sozinho.



Desta vez, a franquia aposta em cooperação online, algo inédito na série. Você pode se unir a um amigo ou jogar sozinho com o auxílio da IA que, embora funcional, nem sempre substitui a experiência de dividir o medo com alguém real.


O co-op é, sem dúvida, o maior diferencial de Little Nightmares III, tornando a jornada mais estratégica, dinâmica e emocional. A conexão entre os protagonistas é palpável, e cada desafio parece exigir sintonia e confiança.



Vale destacar que o duo não precisa ter necessariamente comprado o game para embarcar nessa diversão contigo, é só chamar qualquer amizade da sua plataforma e isso é um baita acerto do estúdio. Mas nem tudo são flores, jogar cooperativo localmente com dois controles não é possível e vemos que realmente a indústria na totalidade perdeu essa essência clássica intimista dos vídeo-games.


Gameplay de Little Nightmares III capturada pela Be Geeks
Reprodução: Be Geeks

Visual e atmosfera: o terror mais bonito da geração

A direção de arte continua sendo a alma da franquia. Cada cenário é uma pintura viva de horror e melancolia. As texturas, a iluminação e o design das criaturas constroem uma ambientação perturbadora, mas hipnotizante.


A estética mistura o grotesco e o encantador de um jeito quase poético. Você sente medo e fascínio ao mesmo tempo. Os antagonistas são grotescos, desfigurados e estranhamente humanos, causando desconforto constante, mas não necessariamente susto. É mais um terror psicológico do que físico.



Os novos mundos, desde florestas retorcidas até fábricas decadentes, reforçam o talento visual do estúdio. Mesmo nas horas mais frustrantes, a arte faz você querer continuar apenas para descobrir o próximo cenário. E jogamos em uma tela OLED com headset e recomendamos para uma melhor experiência fazerem o mesmo: luzes apagadas, use fones de ouvido já que as trilhas sonoras e sonorização ambiente é outro caso que surpreende neste game.


Jogabilidade: familiar, mas ainda eficaz

Little Nightmares III mantém a base dos jogos anteriores: plataforma, stealth e puzzles, tudo com a sensação de vulnerabilidade que define a série. Cada personagem possui uma habilidade específica, Low com seu arco e Alone com uma chave-inglesa, o que torna as interações interessantes e variadas.



Porém, há limitações perceptíveis. A IA que controla o companheiro é boa, mas não perfeita, e o ritmo de jogo oscila entre momentos inspirados e partes que se arrastam.


A dificuldade é real e a repetição também

O maior ponto negativo de Little Nightmares III é, sem dúvida, a duração da campanha. A experiência varia entre 4 e 5 horas, dependendo do estilo de jogo. Quem seguir reto pelas fases, no estilo speedrun, finaliza rápido; já quem busca coletar todos os itens vão demorar um pouco mais.



Mas o tempo curto não é o único problema. O jogo, mesmo simplório em mecânica, tem sua dificuldade real. Muitos jogadores não passarão de primeira e é aí que o ritmo começa a se tornar repetitivo.


Ao morrer diversas vezes, você aprende o caminho e o padrão dos inimigos, o que transforma a tensão inicial em uma rotina previsível. Essa frequência de mortes e tentativas pode tornar a experiência um pouco massante, principalmente em trechos de precisão e fuga.


Conteúdo extra e preço: o pesadelo fora do jogo

Uma DLC já anunciada para 2026 promete expandir o universo e mergulhar mais fundo nos segredos desse mundo distorcido. Porém, considerando que o jogo base já tem campanha curta e preço cheio, esse conteúdo adicional gera certa estranheza. É compreensível que parte do público veja isso como um fator negativo, podendo até afastar novos jogadores na hora da decisão de compra.


Gameplay de Little Nightmares III capturada pela Be Geeks
Reprodução: Be Geeks

Conexão emocional e mensagem profunda

Mesmo com limitações, a história é tocante e aberta a múltiplas interpretações. A ausência de diálogos continua sendo uma marca da franquia, tudo é contado por gestos, sons e expressões. A mensagem é clara: solidão, medo e fragilidade emocional moldam o olhar de uma criança diante de um mundo distorcido.


A trama principal é um estudo sobre o isolamento e o peso psicológico da mente infantil. Há simbolismos sobre trauma, dependência e escapismo que deixam espaço para reflexão. Em certos momentos, é impossível não se identificar com o vazio e o medo que tomam conta do cenário.


Gameplay de Little Nightmares III capturada pela Be Geeks
Reprodução: Be Geeks

Comparativo e considerações finais

Se comparado aos dois primeiros jogos, Little Nightmares III fica abaixo em vários aspectos, especialmente em ritmo e inovação. Ainda assim, é uma história independente, o que significa que qualquer jogador pode começar por ele sem se perder na narrativa.

No mês do Halloween, é uma boa pedida para quem quer sentir o arrepio da solidão e mergulhar em visuais marcantes. Jogar sozinho é viável, mas é em dupla que o game realmente brilha, dividir o medo torna tudo mais humano e intenso.



Além disso, o título oferece diversos trajes desbloqueáveis para os protagonistas, adicionando um toque de personalização à jornada. Mesmo sem mudar a jogabilidade, é um detalhe que estimula a exploração.



No fim, Little Nightmares III é uma boa experiência, ainda que tímida e inferior aos seus antecessores. Porém, é um jogo que emociona mais do que assusta e talvez esse seja seu verdadeiro charme.

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